segunda-feira, 5 de maio de 2008

ANIVERSÁRIO DA ABOLIÇÃO

Amanhã, dia 06 de maio, comemorarei 45 anos. Na semana que vem dia 13 de maio, o vô Sylvio se estivesse vivo certamente teria aquela feijoada feita pela vó Justina (que também já se foi). Muito além de uma simples comemoração de aniversário era aquele evento a oportunidade de rever e ter unida quase toda a família e amigos. Era um dia sagrado em nossas vidas.

Era também um momento cultural pois que papai e os tios músicos se reuniam e faziam rolar um sarau. Tenho belas lembranças daquele encontro forte com a minha gen, com a minha raça e com a minha cultura.

Neste ano de 2008, completar-se-ão, cento e vinte anos da abolição da escravatura. Um mote, uma mentira, um engodo e uma pegadinha que deu certo pela entrega e pela luta de vários irmãos e primos – uma luta que decerto não teve origem na coragem de Zumbi dos Palmares e que não terá fim nas palavras de brasileiros covardes, que se aproveitam da posição sócio-cultural, para dar de pau e tentar destruir avanços históricos para nós afro descendentes .

A sociedade brasileira, aquecida ao longo dos anos desde a época do Brasil colônia, por um processo produtivo e de desenvolvimento que contou - segundo o padre e historiador Antonil – “com as mãos e os pés do negro“ , desanda hoje a dar pulinhos (lembram do avesso da vida?) e a desatar os nós, cuspindo nos pratos em que meus ancestrais (sitiados e escravizados em Santa Maria Madalena/RJ, pela família Albuquerque – meu sobre-nome) e os de todos os brasileiros afro-descendentes não comeram.

Recentemente recomeçaram os ataques oriundos de ilustres brasileiros, vieram eles do Sr Diogo Mainardi colunista da Revista Veja, do jornalista Ali Kamel da Rede Globo, do Sr. Reynaldo Azevedo, também da Veja e na semana passada pelo Sr. coordenador do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), professor Antonio Natalino Manta Dantas

SEMANA CHEIA

Semana corrida e cheia de novidades e assuntos. Desempregado, resolvi estender a onda do feriado de 1 de maio, só de sacanagem, afinal com o espetáculo de crescimento e com as boas novas da classificação brasileira com relação a nova recomendação de investimento seguro com a nota BBB+, acabo por não entender por que estou de fora, então, foi preciso protestar de alguma maneira. Resolvi, então, não trabalhar em meus Bloggs...Só de sacanagem deixei as coisas se avolumarem.

Em contra partida a boa notícia da conquista do grau de investimento, nas terras indígenas de Raposa Serra do Sol, os conflitos continuam. Formada por uma área de mais de 1,5 milhão de hectares de área contínua a reserva que fica na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, as terras homologadas em 2005, sofrem continuada invasão por parte de produtores de arroz.

Os inimigos são os rizicultores, uma parte da mídia brasileira que defende os interesses dos produtores de arroz e outros interessados na região, alguns políticos ruralistas e as Forças Armadas Brasileiras. Todos unidos - e não necessariamente com os mesmo interesses – contra os cerca de 15 mil índios das etnias Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Taurepang e Patamona. que através do Conselho indígena de Roraima (CIR) fez encaminhamento de pedido de proteção a ONU.

Hoje como num ápice dos conflitos da semana passada dez nativos foram covardemente baleados enquanto construíam moradias em um ataque feito por jagunços de um arrozeiro local.