quarta-feira, 3 de junho de 2009

Os Rubens, Alves e Braga.............Eu e Renato Aranha.................... A Sutileza e o Superficial


Hoje a tarde...Trabalhando on line na Produção de mais um Sarau Poesia Na Câmara, fui visitado, pelo hermano do coração Renato Aranha...parceiro de copo e alma...Parceiro da conceitual e extinta banda Baixada Super 8...Parceiro de textos e musicas (blogueiro do www.eunaspalavras.blogspot.com)...Parceiro da banda Rota Espiral (sahí bem no início do trabalho) sua atual banda junto ao Dany the Cat e galera...O título veio na foto que procurava para emoldurar o post anterior...procurava algo para servir de imagem ao texto que fala da sutileza de viver a nossa vida...Mesmo com o trivial e mínimo...Formando nossa própria idéia sem a intromissão da mídia...E olha a coincidencia dupla no papo nosso


O papo foi pelo Google Talk...Cosertei alguma coisa mas o básico da digitação cá está...Por isso acho que vcs pouco verão pontos e vírgulas..Para diminuir o tamanho do post eu formatei os diálogos em uma mesma linha


A SUTILEZA E O SUPERFICIAL
Renato: diz aí, véio.
Renato Aranha está conectado.
Sylvio: fala renato
Renato: e aí.
falei em vc hoje.
Sylvio: com amigos?
Renato: com alunos do pré-tecnico, um aluno reclamou comigo de que a professora deu nota baixa em um texto em que ela escreveu, começamos a conversar, sobre o produzir literário...indiquei duas leituras: o seu blogg e Rubem Braga
Sylvio: dei aqui um sorriso: depois de ler o Rubem ela vai querer se matar lendo o meu blogg
Renato: prq.
Sylvio: que aliás to publicando agora um texto que quase perdi
Renato: aí é que é a questão...fão fazeres totalmente diversificados
*são
Tem um texto em que Rubem Braga diz que foi ao Zoológico e viu um pavão e se encantou com a infinidade de cores depois descobriu que o pavão não tem aquelas cores todas, na verdade as gotículas de água formam um prisma em suas penas depois ele faz uma metáfora de que o artista é assim ou pelo menos deve ser assim alcançar o maior número de matizes, com o mínimo Rubem Alves é assim econômico, mas nem por isso menos literário.

Sylvio: há mesmo verdade no que diz...Simplicidade na verdade é o que há de mais difícil no fazer quer seja literário quer seja musical expressar de maneira simples é difícil muito
Renato: Vc percorre as possibilidades das idéias antes mesmo delas suscitarem no leitor, prolixo (não veja como crítica negativa) envereda pelo malabarismo vocabular e por aí vai.
Sylvio: bacana tua analise e ainda a costura com os rubens
Renato: mas a prolixidade é pra quem tem assunto
Sylvio: rsrsrsrsrsr cara eu tenho uma onda de dizer que o texto me persegue qdo falo isso me lembro imediatamente da galera sacaneando o Rico (guitarra)
Renato: sei como é
Sylvio: Falam que há um tempo passado ele enlouqueceu e de repente sahia a correr sentindo-se perseguido por um violão
Renato: kkkk esquisofrenia musical
Sylvio: preciso ver filmes merdas, não ler ou não prestar muito a atenção a coisa alguma pois tudo vira texto e isso é horrível
Renato: compulsividade
Sylvio: por isso as vezes nada ouço e nada vejo
Renato: o questionado Paulo Coelho, diz que é preciso a mulher dele ameaçar jogar um balde dágua no computador para que ele pare de escrever...
O escritor Sérgio Santana diz que o escritor é alguém que transborda em experiências
Não me envolvo mais tanto com a literatura formal, admiro os escritores, entendo-os, mas não acredito no ensino da literatura. Literatura não se ensina, se influencia, incomoda´se o outro a ponto do outro querer saber prq.
Sylvio: Muito perspicaz esta tua observação é uma observação maldosa não do ponto de vista crítico
Renato: acho que eu não sou escritor, sou um teórico literário, assim meio Antônio Cândido, meio Swaers
Sylvio: de ser mal com a s coisas mas sim da forma com que olhas uma verdade
é bem verdade que seguir as regras e as escolas literárias dão certo vigor ao escritor
dahí vem sua pujança e técnica e estilo que vão assoberbando os outros...e vão ainda diminuindo as capacidades a volta não há vazão e nem aceitação para o diverso infelizmente esta máxima ainda impera...com dias contados é claro
Renato: Pode ser que agora, com um pouco mais de tempo, eu retome algumas escrituras, até prq ... escrever precisa de ócio, ócio criativo
Sylvio: pois as crises econômicas e os novos formatos de fazer cultura e artes vão sendo modificados pelas mãos da economia e não da observação e sutileza dos que fomentam a arte
A sutileza e o superficial
difícil ver quem sabe unir bem em costura harmônica estas pontas
Renato: pois é....
voltando ao assunto inicial, eu tenho uma aluna, que é uma monstrinha em leitura simbólica... eu a orientei a ler história e ciências.... para não cair na alienação... quiçá insanidade.
Sylvio: ehehehehe
Renato: então surgiu o papo de autores, aí eu dei o endereço do seu blogg
é meio louca essa geração, enquanto tem uns totalmente alienados , tem outros que pô já leram com 14 o que eu tinha lido aos 20
Sylvio: o post feito sobre o Programa Livre e o massacre dos mediadores junto ao Demétro Magnoli rendeu vários recados...Um apenas foi feito de forma identificada
Renato: é preciso velar essa galera.... para que eles saibam digerir tudo....
ah sim....
eu não entro no meu blogg ah um século,
no meu blogg fica piscando sempre o seu último texto postado.
Sylvio: pois é...é um exercício...postar todos os dias é loucura...parece profissão...dá para entender porque existem matérias horríveis em jornais e revistas...Os caras tal qual os médicos precisam de escrever para diversos meios de comunicação e ficam com certeza presos ao texto
eu deveria me sentir feliz por ser perseguido pelo texto
por vezes eu não o encontro mesmo querendo
penso que para jovens como os que vc reporta...nem mesmo oficinas de leitura, bibliotecas e ações parecidas bastam ou são suficientes
ser tutor de uma galera tão plural e a frente de sua geração é algo como cerceá-las de liberdade de expressão e busca
talvez seja covarde...o legal é fazer um movimento ou um momento para que elas coloquem para fora...e não importa se de maneira estilosa ou não...esta apreensão gerada pela leitura...e ahe pode ser em fotografia, vídeo, poesia, contos, roupas, crônicas sei lá...
Renato: Tem uma gatinha baixinha no pré vestibular da noite que a garota adora ler, vc fala de um autor ela sabe a respeito....
Sylvio: engraçado é o que durante a nossa conversa eu publiquei..tem muito haver de certo com o que temos falado
Renato: falei do Ariano Suassuna, mas sempre traço paralelos tracei com o Mangue e a ojeriza dele às novidades
Sylvio: são pessoas que estão atentas...muito atentas ao que rola ao seu redor...farejam cara...queria muito que meu filho fosse assim...acho que assim nós conversaríamos mais
Renato: mas eu hoje sou muito informal para ensinar a literatura dos programas
Sylvio: ele é hamorial (armorial?)
sabe renato...eu acabei por entender um pouco da neura do Suassuna eu próprio já falei muito de bandas de reggae, samba, rap sem compromisso o compromisso não tem nada que ver com a introdução de novidades, com a mistura ou com o tempero pde-se fazer isso (e a cho que o movimento mangue beat é um dos melhores exemplos) criando algo absolutamente respeitável mas há os que o fazem e putz...vc sabe bem
a musica sertaneja hoje é conhecida apenas elos que gostam e pesquisam e qdo vc mostra a verdadeira musica todos dão de lado por conta dos neo lá em Guapi todos gostam de forró...vai lá e toca ze ketty, toca luiz gonzaga...toca uma sertaneja pra eles...vão virar de costas...pois gostam do calcinha preta e afins...
Enviado - 16:57, quarta-feira
Renato: sei... é igual lá em Paracambi
Enviado - 17:00, quarta-feira
Renato: cara vou sair, vou lá no curso dár dois tempinhos para uma turma de PM
Sylvio: ok vai lá...qdo tiver a fim e com tempo de uma ligada pra pagar tres brejas
Renato: a fim eu tõ
tô é sem grana.
Sylvio: normal para mim que só vivo sem...Quando tiver...projeto para o futuro...rsrsr
Renato: pô hoje estava indo o álcool acabou ali no Jardim Íris
Sylvio: que braba...e como foi?
Renato: encostei o carro e fui a pé, só peguei o carro era uma hora
Sylvio: ah professor...por que se-lo por que não sê-lo?
Renato: cheguei dei aula para o pré vestibular e pré técnico e depois disse: aí me dá um vale aí se não não tenho como voltar mais tarde.
Sylvio: ainda bem que hoje é dia 03...
Renato: tô conversando aqui , com um cara de português, que eu assim preparei para a sala de aula. Nós estamos criando, ou tentando bolar métodos novos de redação. com códigos, algumas paradas....
Sylvio: legal...tudo que seja mais interessante e fácl é válido
Renato: e a outra parada é fazer on line, mas esse é outra proposta.
Sylvio: eu to ouvindo uma galera nova e queria te passar uma musica muito foda depois a gente faz isso
Renato: quem? mas quem é a banda?
Sylvio: potishead, tricky, e rola ainda o Massive atack que ja é conhecido
Renato: eu tava ouvindo progressivo, os caras são doidos música de 19 minut0os
Sylvio: é um formato absolutamente anti comercial acho que por isso acabou
Renato: o curso assinou a carteira desse prof. com quem estou falando... boa aquisição, o cara é bom.
que nada cara, tá vindo uma galera nessa onda
deixa eu te dar o nome
Sylvio: po mas eles jah existem desde 91
Renato: dream teather
Sylvio: eu é que não os conhecia...na verdade conhecia sem conhecer...pois uma das musicas tem a base usada pelos racionais
ah sim tu fala de progressivo...sei
sim mas o dream é antigo
Renato: bem que eu já tinha ouvido essa parada em algu8m lugar
ah tá
então é novo pra mim
mas não tenho muita paciência não
Sylvio: pois é...qdo a gente descobre é sempre novo
Renato: muito grande cheio de tribiritifiririkfiri na guitarra
Sylvio: cara há muita coisa...muita mesmo sendo feita...na inglaterra e no Brasil é claro...muita mistura bacana
Renato: cara vou sair...
vou
Sylvio: abraço e bom trabalho
Renato: essa turma da Pm tá acabando ainda bem
o bom é que passa rápido a aula à noite
Sylvio: vc fica dando asas a cobra

Renato: só mas uma coisa
o google earth 5 é foda
Sylvio: existe movimento?
Renato: ainda não, não para a gente
Sylvio: a imagem ainda é estática?
Renato: já existe com o movimento mas não é liberado para a gente já pensou o caos que ia ser
Sylvio: vai dar merda
Renato: principalmente no rio o tráfico monitorando a saida de viatura desde o batalhã batalhaõ
Enviado - 17:25, quarta-feira
Renato: o carro forte chegando ao banco
já existe, mas por enquanto a gente fica com o estático
mas digo assim ele tem uma linha de tempo
Sylvio: tecnologia a serviço de todos...TODOS e toldos
Renato: retrocedi a 1940 e aí vc vê como o globo era mais verde as áreas que foram se transformando
Sylvio: caraca tem essa possibilidade?
Renato: para pior é claro.
tem
eu também não sabia, descobri agora sem querer
Sylvio: sempre futucando
cara, agora vou mesmo. fui
dá um abraço ai na galera.
Sylvio: valeu

É PRECISO ESTAR ATENTO E FORTE


É mesmo preciso...Sempre...Estar atento e forte...

Se nos deixamos levar...A mídia nos carrega com mais vigor que o loading do dia a dia...

E havemos de concordar que o nosso dia a dia – e o de ninguém desde que esteja atento é igual ao de outro – está sempre carregado de fortes emoções e impressões que passam por vezes despercebidos por conta do alarde e gritos diários dos fazedores e vendedores de notícias...

Consegui, ontem (28/05/09), já que estou sozinho no sítio, cozinhar batatas de maneira/forma, simplesmente, deliciosa: coloquei manteiga na panela e juntei três batatas descascadas e inteiras, deixei pegar um pouco, tapei a panela...Após uns 30 segundos, destapei e em meio à fumaceira toda que subiu, juntei uma cebola descascada e inteira...Mexi bem...Acrescentei pimenta do reino e depois tasquei água até tapar as batatas e a cebola...Acrescentei um sache de sazon, um cubinho de caldo knnor, algumas generosas pitadas de Foundue e Grill Maggi, colorau e ainda tempero sírio, sal e azeite.

Tapei e deixei cozinhar...O cheirinho que subiu tomou conta de toda a casa e envolveu meu momento com um abraço e beijo de impressões tão profundamente marcantes que ao comer pude sentir a importância, a delicadeza, a arte e a delicia do cozinhar...

Somos mesmo muito mais que seres humanos...Somos puro tempero...

Enquanto isso...Lembrava de ter visto e ouvido, o Sylvio Santos, em seu programa anunciar inscrições abertas para moças bonitas, somente bonitas e com boa voz para compor mais um de seus programas – deve ser ele seguidor de Vinicius de Moraes, na frase memorável: “que me perdoem as feias, mas a beleza, é fundamental “ – Vinicius falou mesmo esta merda de frase? É verdade?

Para além mar – Na Inglaterra - uma escocesa, mulher feia (não fui eu quem criou os padrões), ridicularizada (por várias vezes segundo consta) consegue dobrar a nervura do real e sagra-se como “la voe” – colocando por terra a máxima de que o talento para as artes cênicas e musicais tenha de ser encontrado ou consagrado por belos rostos e corpos.

Não duvido que se crie no futuro um padrão de beleza para os pintores e pintoras e ainda para toda a classe de artistas plásticos.

É mesmo preciso estar atento e forte...

Dahí, e ainda durante um tudo ao mesmo agora, coloquei algumas peças de roupa na máquina de lavar...Ação simples e cotidiana...Para as donas de casa, que também devem achá-la, enfadonha, cansativa e tediosa...Eu...Apenas cumprindo uma necessidade casual...Busquei a atenção e a força do momento: afinal nunca houvera antes ligado uma máquina de lavar, nunca antes havia estado prostrado diante de uma máquina a esperar as horas de sua engenhosa maquinação lavatória, enxugatória, torcitória e liberatória...E neste tempo de espera, um loading de memória se confraterniza com os que se agregavam as horas de espera:
Ao assistir ao filme – Carga Explosiva 3 (Transporter 3 – com o grandalhão Jason Statham – pêra ahê...cês tão rindo de que? Quando foi que falei que soul intelectual? – pude ver um ataque nítido aos russos na citação do inspetor intelectual e confuso que segue a saga da série desde o primeiro episódio – ai ai ai - de que são eles um povo sem riso, tristes, lúgubres, malvados e infelizes, quando cita, Dostoievski, dizendo serem páginas e páginas de dor, sofrimento e solidão: “ meu deus quando é que esse povo rí?” ... E isto, somente, para não desdobrar o que é possível entender da onda criada e potencializada pela mocinha indefesa do filme, uma ucraniana, que rechaça com a veemência de um ofendido, o fato de ter sido confundida com uma russa: “nós sentimos e vemos o mundo com isto aqui (tocando com as mãos o coração)”.

Atento e forte ao feeling dos momentos...Sorri feliz, pelo carregamento de memória...Visto que é ela para mim uma riqueza que não possuo, e comprovo aqui este fato, pois enquanto escrevo, no esforço da lembrança do ontem...Uma névoa encobre a nitidez do vivido, pensado e sentido...Inveja grande do Sr Leslie, do filme Citizen Kane – ah ah ah !... me vinguei agora – quando visitado na clínica de idosos (Memorial Hospital) pelo repórter que investiga a origem e significado da última palavra proferida por Charles Foster Kane: “Rosebud”, diz ter uma memória invejável pois de nada se esquece:” Eu me recordo de absolutamente tudo jovem é a minha maldição...uma das maiores maldições infligidas ao homem: a memória”

E assim, entre lapsos de memória e insights vigorosos...Vou seguindo tentando prestar atenção a minha vida e a seu entorno em tom e nitidez maiores que o apresentado ao mundo pelos canais de mídia e informação e ainda pelos filmes: Os clássicos, os série B e os block busters...

É preciso, mesmo, estar atento e forte

Na Trilha sonora de Transporter 3/ Carga Explosiva 3 – que é bem bacana – rola um clássico: Hell is Around The Corner com a banda/projeto Trick – veja em youtube: http://www.youtube.com/watch?v=oCRIeBGXTTk